(imagem retirada da Internet)Por estes dias, os peregrinos a caminho de Fátima abundam pelas bermas das nossas estradas. Este ano, a peregrinação de Maio tem um motivo especial. Para além de caminharem a pé até ao Santuário e participarem nas cerimónias do 13 de Maio, vão também poder ver o Papa Bento XVI. Imagino que o número de peregrinos seja maior este ano. Hoje fiz uns quantos kms a conduzir e passei por muitos grupos. A caminhada revestiu-se de uma dificuldade acrescida, a chuva. Mesmo com capas apropriadas, deviam ir ensopados até aos ossos. Mas as dificuldades não os fazem desistir, parece que têm mais ímpeto para continuar. Nunca passei por uma experiência destas nem concordo com a atitude de peregrinar para pagar promessas. A meu ver, a fé não pode ser um negócio, "se fizeres isto, eu faço aquilo" não é a melhor maneira de viver a fé. De qualquer modo, tenho um grande respeito e admiração pelas pessoas que saem do conforto das suas casas e se põem ao caminho, faça chuva ou faça sol. As pernas doem, os pés enchem-se de bolhas, correm o risco de serem atropelados mas quando conseguem chegar ao fim, esquecem todas os problemas e no ano seguinte voltam a pôr-se ao caminho. Há uns anos atrás, eu e uma das minhas amigas falámos algumas vezes sobre esta experiência e colocámos a hipótese de também nos pormos ao caminho. Ir a pé a Fátima, mais que cumprir promessas, deveria servir para o encontro com Deus através das dificuldades, da entreajuda e do encontro com os outros caminhantes. O caminho faz-se caminhando...
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