sábado, 13 de outubro de 2012

Farmácias em protesto

Quando há 20 anos, sensivelmente por esta altura, tive a minha primeira aula na Faculdade de Farmácia nunca pensei que iria passar pelo dia de hoje. Nessa altura não podia estar mais feliz, tinha entrado na minha primeira opção, Ciências Farmacêuticas, onde se conjugava a Química e a Saúde. Tudo era novidade. O futuro parecia risonho, todos os licenciados encontravam emprego e a profissão era bem paga. Durante os anos em que estive na Faculdade e nos primeiros anos em que trabalhei, nunca imaginei que, um dia, iria participar na maior Reunião Magna de Farmácia de que há memória e numa marcha até ao Ministério da Saúde entregando uma petição subscrita por 224 mil pessoas como forma de luta pela situação em que as farmácias se encontram. Não tinha muita vontade de ir mas não ficava bem com a minha consciência se não fosse porque a situação é, realmente, insustentável. Há farmácias a fechar, há farmácias com fornecimento suspenso, há farmácias com processos de penhora e litigios por dívidas. A continuar como está prevêem-se que mais 600 farmácias fechem em 2013. Este problema não afecta só os farmacêuticos proprietários mas todos os farmacêuticos e outros profissionais que trabalham na farmácia e também, primeiro que tudo, os doentes que vão ter cada vez menos acesso aos medicamentos, serviços e aconselhamento prestado pelos farmacêuticos.

3 comentários:

maria disse...

Lamento, mas isto ia acontecer mais cedo ou mais tarde, como está a contecer com várias outras "lojas" ou "negócios", sejam farmácias, lojas de pronto a vestir, sapatarias, restaurantes, cafés e por aí fora...

A concorrência é boa desde que não seja desleal...na minha rua, há 15 anos, havia uma farmácia, tirando os sábados de manhã, em que havia filas enormes, funcionava muito bem e chegava para todos os que precisavam dela...se nestes 15 anos tem aberto apenas mais uma, os clientes dividiam-se, mas dava para uma e outra sobreviveram lado a lado, o grande problema é que entretanto abriram, e num raio de 500 metros, mais 3 farmácias e 2 parafarmácias...ora se as pessoas são quase sempre as mesmas não se compreende como há 4 farmácias e 2 parafarmácias, que não sendo a mesma coisa não deixam de vender comprimidos para as dores, xaropes prá tosse e outras coisas que antes só comprávamos nas farmácias...não admira que estejam com tantos problemas e que algumas estão a um passo de fechar.

Quando a oferta é maior que a procura dá nisto...infelizmente :(

Há mais ou menos 12/15 anos, quando começaram a abrir lojas de todo o género, como cogumelos, li um artigo em que dizia que em França havia 7 lojas por cada 100 habitantes, em Portugal já havia 40...como vês, mais ano menos ano isto era inevitável...

Beijinho e boa sorte :)

aespumadosdias disse...

Desta vez concordo com a Maria. No interior é que é preocupante para os cidadãos que não haja farmácias. Estas sim deviam ser apoiadas.

Dona das Chaves disse...

Aqui na terrinha havia um posto de medicamentos, dependente de uma farmácia a cerca de 8/10 Kms. Com a evolução das coisas há cerca de 3/4 anos o posto de medicamentos foi extinto e abriu uma farmácia construída de raíz. Pertence à mesma dona, da farmácia que possuía o posto de medicamentos, mas isso, não importa, importa é o serviço que temos. A 3 kms, existia outro posto de medicementos, de outra farmácia existente a 7 Kms, noutra direcção. Também este foi transformado em farmácia, em novas instalações. Se fecharem uma destas duas novas farmácias, qualquer uma das populações de Lagameças, ou Poceirão terá de fazer no minímo 3 kms ou mais (aqui é aldeia, é campo, são zonas rurais muito grandes), para ter acesso a medicamentos, e outros serviços, porque as outras opções são muito piores. E os velhos,que ainda alguns vão a pé para ir buscar medicamentos, ou levar uma injecção?
Eu assinei a petição, e toda a gente cá em casa, esperamos que resulte em algo positivo. E nem quero pensar na massa de desempregados que tal medida vai provocar...

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